sexta-feira, 4 de novembro de 2016

De volta a Morro de São Paulo

Eu amo viajar! Isso ficou claro no nome do blog né? E resolvi aproveitar um feriadinho numa sexta-feira pra levar umas amigas pra uma das minhas praias prediletas no munto todo: Morro de São Paulo.

Ela não é só minha predileta porque é linda, mas porque além de ser no estado mais bonito do Brasil (minha Bahia, é claro), faz parte da cidade da minha família por parte de mãe: Cairu.

Eu já expliquei aqui nos primeiros posts do blog sobre minha viagem a Morro de São Paulo, e 6 anos depois, resolvi voltar e contar aqui o que mudou.

Dessa vez, eu e  mais 4 amigas fomos da seguinte forma:
- Ferry-boat: R$ 4,80 (finais de sema e feriado é R$ ,20). Leva de 50min a 1 hora.
- Ônibus: essa é a parte mais chata. Ao chegar em Bom Despacho, precisamos encontrar um ônibus que vá para Valença. Eu sempre tenho preferência por ônibus executivo ou expresso, que não vai parando pelo meio do caminho, e tem ar -condicionado! Nunca dá pra saber os horarios. Eu tentei olhar no site das companhias de ônibus, mas não achei. Certeza eu tenho de que tem um executivo às 9hrs e um expresso às 11hrs. Depois disso, só às 13hrs. Valor: R$ 22,00.
- Lancha rápida: quando você pegar o ônibus, precisa dizer ao motorista que quer ficar no local onde é possível pegar a lancha. Ele não pode parar no porto, mas pode parar numa praça mais ou menos próxima, de onde é preciso andar um pouquinho (em linha reta) até o local das lanchas. Eu sempre vou de lancha rápida, porque mesmo sendo mais cara do que um barco convencional, é mais rápida (óbvio), levando entre 30 - 40min. O valor é de R$ 22,00 também, e prenda seu cabelo; venta que é uma beleza! Se você tiver medo é melhor sentar no meio da lancha. Na frente ela bate pra caramba e pode te deixar todo(a) molhado(a)!

Pronto! Chegamos a Morro de São Paulo!

Eu tinha reservado no booking a Pousada Timbalada. No site dizia que a localização era ótima (na 2º praia) e o preço ficou muito bom pra gente. Nossa surpresa foi que depois de andarmos até o final da 2º praia, não conseguimos encontrar a pousada. Só depois de perguntar descobrimos que tinha de entrar em uma ruazinha bem estreita e estranha. Nem tínhamos chegado na pousada e já concluímos que não ficaríamos nela por questões de segurança mesmo. Portanto, não indico a pousada. Éramos 5 mulheres sozinhas e sentimos que não seria nada seguro ter de passar por esse caminho.

Agora então ia começar uma missão impossível: achar uma pousada com quarto para 5 pessoas. A maioria das pousadas já estava lotada, e isso é muito comum nos finais de semana em Morro. Mas graças a Deus, logo no caminho para a 1º praia encontramos a Pousada Ilha do Sol. Ela tinha 2 quartos disponíveis: um pra 2 pessoas e outro para 3. Claro, era mais cara do que a outra, mas na situação que estávamos... A pousada é muito noa, o quarto é bem confortável, tem piscina, a localização é ótima e o café da manhã é muito bom!

Tenho algumas indicações: escolha ir ao mirante de manhã. Que seja a primeira coisa pra você fazer no dia. Mas se você quiser pular da tirolesa, certifique-se de que a maré está cheia antes de subir. A subida para o mirante é lá na frente da igreja, na entrada de Morro. Antes de subir, inclusive, visite a igreja, que foi toda restaurada.














O caminho para subir está ótimo, e ao chegar lá no farol, escolha ir pra esquerda primeiro, para o mirante. Fiquei realmente decepcionada ao vê-lo =/. Quando fui há 6 anos atrás, o mirante estava lindo e arrumado. Dessa vez encontrei um mirante totalmente destruído, infelizmente. Mas a vista lá de cima é espetacular! Mesmo com uma placa de "cuidado, risco de desmoronamento", vale a pena tirar algumas fotos ali e apreciar o lugar!

























Depois do mirante, volte ao farol e vá para direita, para a tirolesa. Esse espaço também está muito diferente e um tanto deteriorado. Mas a vista para a 2º praia não decepciona. Se você quiser pular de uma das maiores tirolesas do Brasil, o custo é de R$ 40,00.











Depois de descer, se a maré estiver baixa, vá direto para a 4º praia. Pelo caminho, aprecie o lindo azul do mar da 3º praia. Lá na 4º praia você vai poder apreciar os peixinhos nadando pelas suas pernas. Se você tiver um snorkel e puder mergulhar, mais um pouquinho no fundo você pode ver mais de 20 espécies de peixes.











O melhor lugar para simplesmente ficar relaxando, jogar um frescobol, tomar banho de mar, fazer caiaque ou stand up paddle é a 2º praia. Nela pagamos R$ 20,00 por um guarda sol e 2 cadeiras de praia.
A 2º praia
Onde comer?
- Para almoço, indico o Varanda's no final da 2º praia, onde comemos uma moqueca de camarão muito gostosa por um preço razoável. A moqueca custa em média R$ 80,00, e vem com 4 acompanhamentos. Pedimos 2 e foi o suficiente para 5 pessoas.
- Para jantar, indico o Ponto G, lá pertinho do centrinho. É um restaurante de um italiano, onde comemos uma pizza muito gostosa! A médica de preço é de R$ 40,00 a R$ 50,00.

Onde comprar souvenir?
Em Morro tem muuuitas lojinhas, tanto de souvenir quanto de moda praia. Para comprar camisas bem bonitas e baratas (média de R$ 20,00), eu indico a loja Morro de Saudade. Além de camisas, a loja tem bonés, nécessaires, chaveiros, etc.

Apesar de o mirante não estar conservado, a cidade está bem conservada. O portaló está reformando, praticamente todas as ruas já estão "asfaltadas" e eu sempre vi policiamento pela cidade. Morro é um lugar delicioso de se passar um feriado de galera, e você ainda pode fazer o passeio pelas ilhas conhecendo outras praias maravilhosas, como Boipeba e Garapuá, e a linda cidadezinha de Cairu!
O centrinho de Morro está super legal!

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Áustria: Salzburg, uma paixão!

É quase um passeio obrigatório: quem vai a Munique tem de dedicar 1 dia para conhecer Salzburg, na Áustria. Essa é a vantagem da Europa, como os países são pequenos e estão um coladinho no outro, dá pra pegar um trem e em poucas horas estar em outro país!

Pra ir pra Salzburg podemos usar o Bayern Ticket, aquele que falei lá no post sobre o Castelo de Neuschwanstein. De Munique a Salzburg são apenas 2 horas de uma linda paisagem das montanhas. Salzburg significa Fortaleza de sal em alemão, língua oficial da cidade. É a 4º maior cidade da Áustria, e seu centro histórico é Patrimônio Mundial da UNESCO.
A caminho de Salzburg
Chegamos em Salzburg na Cidade Nova, de um lado do rio Salzach. Optamos por fazer um turismo a pé, porque pelo que observamos, as coisas são próximas umas das outras na cidade. Fomos andando então da estação de trem (Salzburg Hauptbahnhof) pela Rainerstraβe até o nosso primeiro ponto turístico: o Palácio Mirabell.

A história desse palácio daria um filme! O arcebispo de Salzburg, Wolf Dietrich von Raytenau, não conseguiu levar adiante o celibato e se apaixonou por Salome Alt. Como demonstração de seu amor, ele construiu esse palácio em 1606 e deu a ele o nome de “Altenau”. O arcebispo e Salome tiveram 15 filhos, dos quais 10 sobreviveram. Esse relacionamento não era segredo para ninguém, mas a Igreja Católica não o aceitava. O arcebispo então foi capturado e passou a ser prisioneiro na fortaleza por 6 anos, até sua morte. Depois disso, o palácio recebeu o novo nome de “Mirabell” por Markus von Sitticus Hohenems, na tentativa de apagar essa história de amor, mas até hoje ele é conhecido como “palácio do amor”.
Palácio Mirabell
Olha que lindas essas flores!











Em estilo barroco, o palácio possui escadarias e esculturas de mármore que podem ser visitadas gratuitamente, além de uma sala belíssima onde Mozart costumava dar recitais e onde hoje casamentos luxuosos são realizados.
A escadaria do Palácio

Belíssima sala













Os jardins também são magníficos! Com flores em tons bem fortes, é um espaço muito legal para passear, ler um livro, ou simplesmente descansar em um dos bancos. O palácio e seus jardins estão imortalizados no filme A Noviça Rebelde. Enfim, é um programa obrigatório em Salzburg.

Do palácio, fomos passeando margeando o rio Salzach pela Elisabethkai. A vista da Cidade Velha é linda! Tire muitas fotos desse rio de cor verde que eu nunca tinha visto antes! Andamos até a Makartsteg, uma ponte cheeeeia de cadeados. Esse é um costume muito comum na Europa. Os casais colocam seus nomes em um cadeado e o penduram na ponte.
Cartão Postal de Salzburg - a Cidade Velha
A ponte cheia de cadeados











Depois de atravessar a ponte e chegar à Cidade Velha, fomos em direção à Getreidegasse. Essa rua tem uma característica: os ornamentos de metal das fachadas dos estabelecimentos. Elas indicam o tipo de atividade desempenhada ali, o que era de grande ajuda, já que antigamente pouquíssimas pessoas sabiam ler, então esses sinais tinham uma utilidade prática. A rua é muito bonitinha e cheia de lojas de marca, de souvenir e restaurantes. Lógico, Mozart para todo lado. Isso porque foi em Salzburg que esse grande compositor erudito, e meu músico predileto, nasceu. Por ali pela Getreidegasse podemos ver o Café Mozart, lojas de souvenirs vendendo chocolates de Mozart, bonecos de Mozart, etc, e o Mozarts Geburtshaus, a casa onde ele nasceu.
Ornamentos na Getreidegasse
Onde Mozart nasceu














Daí do Mozarts Geburtshaus, vamos em direção à Festung Hohensalzburg, que é a Fortaleza. Com mais de 900 anos de história, a construção da fortaleza começou em 1077, ordenada pelo arcebispo Gebhard. É o maior castelo completamente preservado na Europa central. Foi originalmente construído para garantir a segurança dos arcebispos, servindo também como quartel e prisão. A fortaleza é um sinal notável do desejo de reconhecimento expresso pelos bispos príncipes, e uma demonstração da autoridade política e poder que eles detinham.
A subida para Hohensalzburg
Na fortaleza podemos visitar o museu das marionetes, câmaras góticas, e o ponto alto: a visão panorâmica da cidade. Também é possível visitar a câmara de tortura, a igreja e o museu fortaleza. O pátio do castelo abriga a Tilia, uma das mais antigas árvores do local.
Pagamos € 12,00 (ticket básico) para subir na Fortaleza, inclusive, a subida é um negócio interessante. Olhando de baixo parece um tipo de plano inclinado que sobre praticamente a 90º. Na verdade, é mais como um elevador de uns 4 andares. A subida não leva mais de 3min, é realmente muito rápido! Lá em cima da fortaleza tire muitas fotos da maravilhosa vista de Salzburg! Eu não me cansava de olhar! Ali na frente do castelo tem uma lanchonete onde experimentamos 2 sobremesas famosas na região: Apfelstrudel mit sahne (uma massa folheada recheada com maçã, canela, passas e migalhas de pão) e Mozartwürfel (uma espécie de brownie de chocolate maravilhoso)! Não deixe de experimentar, afinal, o que a gente come também faz parte da experiência da viagem.
Linda vista da cidade
Dentro da fortaleza










Mozartwürfel
Apfelstrudel mit sahne















Lá embaixo, em frente à subida da fortaleza, está a Kapitelplatz, e bem no meio dela a escultura chamada Sphaera. Trata-se de uma enorme bola dourada com um homem em cima que olha em direção à montanha, segundo todos dizem, para uma mulher que estaria numa pequena gruta. Confesso que não gostei da escultura. Achei que destoou de toda a beleza do lugar.
Kapitelplatz
A Salzburger Dom (Catedral de Salzburg) fica entre a Domplatz, Kapitelplatz e Residenzplatz. Ela é a maior catedral romana dos países de língua alemã, e realmente é enorme! Mozart foi batizado aqui e, posteriormente, se tornou organista da catedral.
Salzburger Dom
A 3 min dali está a Mozartplatz, ou a Praça de Mozart, com uma escultura do compositor bem no meio. Inaugurada em 05 de setembro de 1842 na presença dos filhos de Mozart, apesar do orgulho que a cidade tem de ser o berço do compositor, os locais não gostam muito da estátua, dentre diversos motivos, porque ela não se parece em nada com Wolfgang Amadeus Mozart.
Mozartplatz
Infelizmente o dia já estava escurecendo, nos lembrando que teríamos de voltar para Munique. Eu li muito sobre Salzburg e todos diziam: por que não fiquei mais dias? Bem, eu me pergunto a mesma coisa. A cidade de Mozart é puro romance e parece que saiu de um conto de fadas. Confesso que deixei um pedacinho do meu coração ali. 

Fotos: Laís Dourado e Aline Brandão

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Neuschwanstein: o cartão postal da Alemanha

Era um sábado quando resolvemos ir ao ponto turístico mais visitado da Alemanha, o Schloss Neuschwanstein. Esse castelo de nome difícil foi finalista para eleger as novas maravilhas do mundo em 2007.

Para chegar ao castelo é preciso ir de Munique a Füssen (de trem ou carro), de Füssen à bilheteria em Hohenschwangau (de ônibus), e mais uma subida até o castelo (andando, de carruagem ou de ônibus). Portanto, visitar o castelo demanda todo o seu dia.

Indo de Munique a Füssen de trem
Como tínhamos de ter certeza de que o dia estaria bonito para ir ao castelo, resolvemos deixar pra comprar a passagem lá na hora. Eu já fui sabendo como fazer para comprar o Bayern Ticket, um passe que te dá direito a pegar trens por toda a região da Bavária (ele também inclui Salzburg, Kufstein, Reutte e Ulm) quantas vezes você quiser o dia inteiro. 

Veja só como ele funciona
- Pode ser usado por até 5 adultos no mesmo ticket. Se um dos adultos quiser viajar com seus filhos ou netos de até 15 anos, elas andam gratuitamente no mesmo ticket!
- Existe a opção Bayern Ticket Single, que só vale para 1 pessoa.
- Você precisa prestar atenção no seguinte: apenas trens das linhas S-Bahn, RE, IRE e RB poderão ser utilizados. Observe isso! Eu e Laís entramos em um ICE, e ninguém sabia nos informar se era possível utilizar o Bayern Ticket ali. Graças a Deus, bem na hora que o trem ia sair, o maquinista falou em inglês que não era possível utilizar o Bayern Ticket naquele trem.
- O Bayern Ticket é válido por 1 dia nos seguintes horários:
-> Segunda a Sexta: das 9 às 3h da manhã do dia seguinte
-> Finais de semana: da meia-noite até às 3h da manhã do dia seguinte.

Você pode comprar o ticket tanto no guichê quanto no auto-atendimento da Deutsche Bahn. No guichê são cobrados € 2,00 a mais. Então escolhemos comprar no auto-atendimento. Acompanhe como fazer:
1. Na máquina, aperte na bandeirinha da Inglaterra ou da Espanha pra mudar a língua pra uma de sua preferência;
2. Selecione “All offers”, logo depois “Leisure and Special Offers”;
3. Agora clique em “Bavaria-Ticket, other Bavaria offers”, e logo depois em “Bavaria-Ticket”;
4. Então é só colocar o dia em que vai viajar, e depois só revisar a compra.
Nosso ticket deu € 28,00 para as 2! 

No dia que íamos para o castelo, chegamos na estação em cima da hora e não conseguimos achar o trem que ia pra Füssen. Isso porque o trem não ia diretamente para Füssen; nós teríamos de fazer baldeação. Como falei, é difícil encontrar um funcionário pelo meio da estação, e quando achamos, faltava 1 minuto pro trem sair. Corremos, mas não foi o necessário =/. Tivemos então de esperar mais 1 hora até o próximo trem.
Chegando no Castelo
Chegando no castelo
O trem de Munique a Füssen leva mais ou menos 2hrs. Chegando lá é só ir até o ponto e pegar qualquer ônibus 73 ou 78 que leva até a bilheteria de Hohenschwangau. Não se preocupe: esse nome difícil fica no letreiro do ônibus, e o motorista também avisa: quem tiver indo para os castelos. Qualquer coisa é só seguir os orientais (risos). É só apresentar o Bayern-Ticket e você não precisa pagar o ônibus.

Mais uns 10min, chegamos a Hohenschwangau, e já damos de cara com o castelo lá em cima! Aí é só ir andando que você passa por alguns restaurantes e lojas de souvenir até chegar à bilheteria.

Você pode comprar a entrada pela internet, mas como eu falei, preferimos comprar lá porque não tínhamos certeza do dia que íamos. Além disso, você precisa estar exatamente na hora marcada da sua visita, caso contrário, você não conseguirá entrar mais e seu dinheiro não será devolvido.

Fomos então até a bilheteria. Compramos a entrada por € 12,00 para visitar Neuschwanstein, mas você pode pagar € 23,00 e visitar, além dele, o Hohenschwangau. Como era verão e um sábado, estava lotado! Chegamos lá 13hrs e levamos um susto, porque nossa visita era só 17:45! Na hora da compra você escolhe em qual idioma você quer o tour; lógico que não tem português, mas tem espanhol pra facilitar.

Agora falta mais 1 passo pra chegar lá em cima. Você tem 3 opções:
1. Subir andando: não aconselho! É uma subida e tanto! E leva uns 40min.
2. Subir de ônibus: foi o que fizemos. Um pouco mais à frente da bilheteria está o ponto. Você vai saber pela fila (cheia de orientais). Pra subir custa € 1,80 e pra descer 
€ 1,00. Paga para o próprio motorista. São só uns 20 e poucos lugares sentado, mas 60 e poucos em pé!!!! O ônibus sobe LOTADO! E é uma subida com curvas bem acentuadas. Mais uns 10min e chegamos lá em cima. Mas ainda é preciso andar um pouco até o castelo. Conselho: não vá de sapato fechado ou que te aperte.
3. Subir de carruagem: também é uma opção legal. Inclusive, no inverno, é a única opção (os ônibus não sobem, e andando acho que é meio difícil). Custa € 6,00 para subir e € 3,00 para descer.

Pronto! Chegamos no lindíssimo e imponente Schloss Neuschwanstein.
Aí é o fundo do Castelo
Algumas observações
Antes de falar do castelo, preciso falar que algumas pessoas não sabem, mas um pouquinho mais a frente do ponto de ônibus tem um lindíssimo lago, o Alpsee! Não deixe de ir! Mais uma vez, as pessoas ficam nas margens tomando sol, e alguns se arriscam a tomar banho nas águas geladas do lago.
O lago Alpsee
Com a linda vista das montanhas ao fundo










Desde a compra do bilhete, o vendedor já diz que é preciso estar lá na porta do castelo pelo menos 5min antes do seu horário. Como de lá dá pra tirar várias fotos lindas, você precisa calcular esse tempo também. Eu diria que é necessário estar lá em cima pelo menos 40min antes do seu horário. Deixa eu explicar porquê:
1. Se você quiser tirar a clássica foto com o castelo, você precisa andar até a Marienbrücke, uma ponte que fica um pouquinho longe do castelo. Quando você chega no ônibus, observe a placa e ande uns 10min por uma descida íngreme até a ponte.
2. Considerando o tempo de ida e de volta da Marienbrücke, são quase 25min. Você ainda precisa andar até o castelo. E muitas fotos também são tiradas nesse caminho.
Marienbrücke
Por isso eu recomendo que você leve esse tempo em consideração. Se seu horário de visita ao castelo for cedo, você pode fazer tudo isso depois. Mas o meu horário era praticamente o último, e o último horário do ônibus para descer é 18:25. Como a visita ao castelo leva mais ou menos 30min, não teríamos tempo de tirar fotos depois. Deus me livre perder o ônibus e ter de descer andando!
A vista lá de baixo
Ah! Tire muitas fotos de fora, porque lá dentro, não é permitido =/.

O Castelo
Antes de falar do castelo que foi a inspiração da Disney para o castelo da Cinderela, preciso falar de outro que está ali em frente a ele, o amarelinho Hohenschwangau. Esse foi o castelo em que Luís II da Baviera passou a infância, e foi construído por seu pai, o Rei Maximiliano II da Baviera. Dali de seus aposentos, Luís II observava a construção do seu próprio castelo, Neuschwanstein.
Hohenschwangau
O castelo de Luís II realmente parece que saiu de um conto de fadas. Todo perfeitinho, ele parece que foi colocado lá ontem! E é impressionante pensar que começou a ser construído naquela altura, nas montanhas, em 1869!

Inspirado na obra do amigo e protegido de Luís II, o compositor de óperas Richard Wagner, Neuschwanstein é uma referência ao "cavaleiro do Cisne", Lohengrin, da ópera com o mesmo nome. Ele foi desenhado por Christian Jank, um desenhador de cenários teatrais, o que explica ser remetido a um mundo de fantasia.
Neuschwanstein de frente
Na visita, podemos perceber o caráter medieval do Castelo, mas também as pinturas em todas as salas remetendo a histórias das óperas de Wagner, e a lendas alemãs, além de muitos desenhos e esculturas de cisnes. O castelo possui muita tecnologia para a época em que foi construído. A excentricidade de Luís II fez ele construir até uma gruta com iluminação colorida, inovação para a época. Engenhos a vapor e elétricos, ventilação moderna e canalizações de aquecimento também demonstram a tecnologia do castelo.
Por dentro
Quando o castelo estava próximo de ser concluído, Luís II foi declarado insano pela Comissão de Estado liderada pelo Dr. von Gudden, e aprisionado no castelo. Mas em 1886, 6 anos antes de o castelo ficar pronto, Luís II morreu afogado em águas superficiais do Lago Starnberger. Até hoje não há um consenso sobre sua morte, mas muitos acham que foi um assassinato.

Toda essa história, e mais detalhes, você pode ouvir numa espécie de “walkie-talkie” durante sua visita. Prepare as pernas porque subimos algumas escadas pelas torres para conhecer o quarto, a sala do trono, o salão para bailes, etc. A visita a Neuschwanstein é imperdível!

Fotos: Laís Dourado e Aline Brandão

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Munique: a estrelinha da Baviera

Munique, ou München em alemão, é a 3º cidade mais populosa da Alemanha, e a capital do estado da Baviera (Bayern, em alemão). Ela está na região mais bonita da Alemanha, e a partir dela pode-se fazer o tour romântico pelo sul do país.

Começamos a notar a diferença pelo caminho do trem. Escolhemos esse meio de transporte porque, mesmo sendo um pouco mais caro, é bem mais confortável e rápido do que ir de ônibus. De Frankfurt pra Munique são mais ou menos 3hrs. Compramos as passagens no site da Deutsche Bahn. É possível colocar em inglês ou espanhol, o que facilita a compra. Pensávamos que seria difícil encontrar o trilho e o vagão do trem, e a princípio é mesmo. Na estação não costuma ter funcionários que te deem informação, só realmente no guichê da Deutsche Bahn. Então pedimos ajuda a qualquer pessoa que falasse inglês.

Imprimimos os cartões de embarque em alemão (porque sei lá, né?), então depois de perguntar, descobrimos o seguinte:
- Produkte: é nome do trem (por exemplo, ICE 525);
- Gleis: é o número do trilho (que fica bem grande nas estações indicando também o destino);
- Wg.: é wagon, ou seja, vagão. Esse é um pouco mais complicado de entender. Você tem de procurar um mapinha do trem (wagenreihungsplan) no trilho (Gleis) que ele vai chegar. Olha o nome do trem, por exemplo, ICE 525, e então olha o número do Wg e vê qual é a letra correspondente (A, B, C, etc). Ai você se dirige a essa letra lá no trilho. Ufa!
- Pl.: são os assentos. Às vezes pode ter alguém sentado, aí é só dizer: esse é meu lugar, eles saem, porque sabem que você comprou o lugar marcado.
Frankfurt (Main) Hauptbahnhof
Como saber qual é o vagão












Quando compramos pelo site, compramos pelo cartão de crédito, então é preciso ter esse cartão na mão quando o fiscal do trem passar e solicitar o bilhete. As passagens de trem, ida e volta, deram € 57,83 pra cada uma.

Uma coisa que achamos péssimo lá é que ninguém nos ajuda com as malas. Pra entrar no trem precisávamos subir alguns degraus, e lembra das nossas malas? Pois é, não era nada fácil... mas ninguém nos ajudava. Segundo Pascal (meu amigo alemão que estávamos indo encontrar em Munique), eles não fazem nada sem que você peça. Eu realmente acho q não tinha a necessidade de pedir. Éramos 2 mulheres magras com malas pesadas! Mas ok, obrigada por isso feminismo!

Chegamos à estação central München Hauptbahnhof às 11hrs, e nosso amigo foi nos buscar. Foi muito legal revê-lo depois de 5 anos! Como era uma quinta, ele não pôde ficar conosco, então nos levou à sua casa para deixarmos as coisas. Ele mora numa ótima localização no bairro Lehel. Fica bem próximo do rio Isar e de vários pontos turísticos. Fizemos tudo andando!

Como já era hora do almoço, resolvemos ir a um dos pontos mais famosos de Munique, provar as famosas salsichas alemãs e, claro, a cerveja! Fomos então para Hofbräuhaus, a cervejaria mais famosa de Munique. Ela foi fundada em 1589 pelo Duque William V da Baviera, mas seu consumo era só para a realeza. Em 1828 foi que o rei Luís I abriu a cervejaria para o público, diminuindo até os preços pra que fosse acessível. Muitos encontros do partido nazista foram realizados na HB, e durante a 2º guerra ela foi destruída, sendo reconstruída em 1958.
Hofbräuhaus por dentro
Hofbräuhaus por fora











A cervejaria é um charme! Cheia de turistas e funcionários com as roupas típicas alemãs. Uma bandinha tocando música típica te deixa bem no clima pra experimentar a culinária. Tivemos dificuldade com o cardápio, que possui versões em alemão e inglês, mas um amigo alemão no Brasil nos disse para experimentarmos a salsicha branca ou vermelha, frita, e com mostarda doce. A garçonete não sabia falar inglês direito, então foi um estresse! Mas no final das contas, conseguimos pedir. Tomamos a cerveja tradicional, e só tem 2 opções de tamanho: meio litro ou 1 litro! Eles realmente bebem muita cerveja! Durante a Oktoberfest, chegam a tomar 10 litros de cerveja POR DIA! Enfim, eu gostei do sabor da salsicha, que foi servida com um tipo de purê de batatas (que estava um pouco frio, mas sei lá se é assim né?), mas realmente não gostei da cerveja. Eu já não gosto da cerveja do Brasil, e a de lá achei ainda mais amarga! Bem, durante o resto da tarde eu e Laís ficamos nos sentindo mal, enjoadas, nem precisa dizer que não comemos mais a salsicha ou bebemos a cerveja durante o resto da viagem né?
Comemos wollwürste com uma Hofbräu original
Segundo o meu amigo alemão, apesar de famosa, a Hofbräuhaus não é a cerveja mais saborosa. Ele me deu 2 indicações de cerveja que eu trouxe pro Brasil: a Tegernseer, muito típica da Bavária, e a Warsteiner, a predileta dele.

Da Hofbräuhaus fomos andando até a Marienplatz. Fundada em 1158, no centro da praça se encontra a Coluna de Maria (que dá o nome à praça), além da Neues Rathaus, que é a câmara municipal. Construída entre 1867 e 1908, o prédio em estilo neogótico possui uma atração turística, o Rathaus-Glockenspiel. Trata-se de um relógio com carrilhões que todos os dias às 11hrs (também 12hrs e 17hrs no verão) toca uma música característica alemã e anima seus bonecos, que contam histórias do século XVI. A parte de cima conta a história do casamento do Duque William V (o mesmo que fundou a HB) com Renata de Lorena (região do nordeste da França). Em honra ao casal, há uma luta entre cavaleiros da Baviera e da Lorena, e o cavaleiro da Baviera ganha, lógico. A parte inferior do relógio apresenta a Schäfflertanz, uma dança típica de Munique. De acordo com a lenda, em 1517 houve uma praga, então eles dançaram com anéis de flores pelas ruas para trazer vitalidade. A dança então passou a se tornar um símbolo de fidelidade às autoridades em momentos difíceis. Como tradição, ela é realizada em Munique de 7 em 7 anos; a próxima, só em 2019!
Olha ali o Rathaus-Glockenspiel

Neues Rathaus na Marienplatz













Foi ali na Marienplatz que vimos como Munique é uma cidade internacional! De orientais a mulçumanos (MUITOS MESMO!). Dali andamos um pouco pela Kaufingerstraβe, uma rua cheia de lojas como Chanel, C&A, etc.

Ao redor também estão as igrejas Frauenkirche, famosa pelas abóbadas verdes e porque possui uma linda vista panorâmica da cidade, e a Peterskirche, onde também é possível subir e ter uma vista de Munique.

A 400m da Marienplatz está o Viktualienmarkt, um mercado ao ar livre onde podemos encontrar pães, geleias, queijos, peixes, azeitonas, artesanatos, etc. Lá também tem o famoso biergarten, que são mesas ao ar livre compartilhadas para degustação de cerveja, muito comum em Munique. Por ali perto do Maibaum (tronco decorado com as cores azul e branco onde são fixados os símbolos de várias profissões manuais e artesanais) vimos várias pessoas vestidas com as roupas típicas alemãs. Pensamos que fosse algum evento, mas não! Eles se vestem assim mesmo no dia a dia se o tempo estiver propício! Achei muito interessante como eles levam seus costumes e tradições ao pé da letra!
Maibaum

Biergarten













Agora vamos pro outro lado da cidade (e pra outro dia também). Começamos o domingo pelo Olympiapark, o Parque Olímpico construído para as Olimpíadas de 1972. Esses jogos ficaram marcados como o maior pesadelo já ocorrido na história das Olimpíadas. Conhecido como o “massacre de Munique”, oito árabes do grupo terrorista Setembro Negro invadiram a vila olímpica, mataram dois membros da equipe de Israel e fizeram outros nove de reféns, que acabaram sendo mortos depois. Apesar da triste história, o Parque Olímpico continua a servir hoje como um local para eventos culturais, sociais e religiosos. Ali pertinho do Olympiapark está o complexo da BMW (fábrica, museu e escritórios). O prédio mais famoso, conhecido como BMW- Vierzylinder, é muito pitoresco, e parecem turbinas.
Prédio da BMW

Olympiapark













Depois de almoçar, fomos conhecer o rio da cidade, o Isar. É muito interessante como as pessoas vão para as margens do rio como se estivessem na praia, com cangas, de biquíni, etc. Caminhando pela margem, chegamos até o Friedensengel, ou anjo de ouro, presente da França. Depois de andar pelo Maximiliansanlagen, um jardim onde vimos muita, muita gente andando de bicicleta, desde crianças a idosos, fomos em direção a um dos 4 portões de Munique, o Isartor, que serviu como uma fortificação para defesa. Construído em 1337, ele hoje abriga um museu, que é dedicado ao comediante e ator Karl Valentin, e um café para os visitantes.
Friedensengel

A "praia" às margens do Isar


Isartor
Com nosso amigo Pascal no Maximiliansanlagen












A 1 km dali está o Münchner Residenz, palácio que foi a residência oficial dos duques, dos eleitores e dos reis da Baviera, que hoje possui um museu de decoração de interiores considerado um dos mais belos da Europa. Em frente a ele, o lindo jardim Hofgarten abriga o Dianatempel. Criado entre 1613 e 1617, é um pavilhão com 8 entradas. Para coroar a beleza do jardim e do templo, lá dentro estava um violista agradando nossos ouvidos. Ficaria a tarde inteira ali!
Dianatempel no Hofgarten do Residenz
Voltamos para a famosa Odeonsplatz, uma grande praça que tem sido tradicionalmente um importante local de desfiles e eventos públicos. Em 1923, uma marcha nazista terminou em um tiroteio em que quatro policiais estaduais e 16 nazistas foram mortos. Foi então construído um memorial o qual todos que passavam eram obrigados a honrar com a saudação de Hitler. Esse memorial foi demolido em 1945 e os quatro policiais passaram a ser lembrados com uma placa na calçada, e em 2010, com uma placa na parede da Residenz.
Odeonsplatz
Da Odeonsplatz até o Siegestor estava acontecendo um evento de rua na Ludwigstraße, com tendas de comidas, jogos, dança, etc. Estava cheio de gente de tudo quanto é tipo! Chegamos ao Siegestor, um arco do triunfo com um leão no topo, símbolo da família governante da monarquia bávara. Ele é um portão dedicado à glória do exército da Bavária, que sofreu muitos danos na 2º Guerra, ia ser demolido, mas foi restaurado. Na parte de trás pode-se ler: Dem Sieg geweiht, vom Krieg zerstört, zum Frieden mahnend (Dedicado à vitória, destruído pela guerra, exortado para a paz).

Ali do lado está o nosso último ponto turístico, o Englischer Garten, um dos maiores parques do mundo! Ele me surpreendeu! É lindo! E com aquela característica: como era domingo, estava cheio de gente tomando sol na grama, ou tomando banho no gelado rio Isar. Numa determinada parte dele, um lado se torna nudista! Enfim, ele é imenso, e numa parte do rio você até pensa que é um parque de diversões, por causa da correnteza. Em outro ponto, as pessoas praticam surf! É, surf no rio. As ondas são provocadas por um vácuo, e também parece ser um parque de diversões. Muito peculiar!
A "praia" no Englisher Garten
Lindo Englisher Garten












Surf no rio!
Você acredita nisso no meio da cidade?












Em Munique também provamos o famoso pretzel (ou Brezel, em alemão). Um pouco diferente do que eu conhecia aqui no Brasil, ele é um pão tradicional, seco, habitualmente assado e salgado, beeeem salgado! Eu achei um tanto massudo, e essas pedrinhas brancas na foto são pedras de sal! Eu tirei todas porque fica realmente muito salgado!
Pretzel e as pedrinhas de sal

Bem, isso foi tudo o que conseguimos ver de Munique em 2 dias que estivemos lá. Me deixou com gosto de “quero mais”. Eu gostei muito da cidade e do quanto ela respira história. Nunca tinha pensado em ir pra Alemanha, mas Munique fez valer a pena e me fez querer voltar!

Fotos: Laís Dourado e Aline Brandão