quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Espanha – Sevilha em 1 dia!

Como expliquei lá no primeiro post dessa série, nosso foco nessa viagem à Europa era ir para o Algarve, Portugal. Mas como Faro, a capital do Algarve, fica apenas a 2hrs de carro de Sevilha, pensamos: ah, por que não passar 1 dia lá?

Quando alugamos o carro, informamos na locadora que iríamos para a Espanha, então é incluída uma taxa de € 30,00, que somando a gasolina e dividido por 2, sairia mais barato e confortável do que ir de ônibus.

A estrada é bem tranquila, e chegamos a Sevilha mais ou menos 12hrs. O chip de Portugal obviamente não funcionava na Espanha, e já sabendo disso, baixamos o google maps off-line. Era a única opção que tínhamos, mas confesso que não foi fácil. As ruas de Sevilha são bem estreitas e um tanto confusas, então foi difícil achar a rua do nosso hotel, mas conseguimos. E levamos um susto quando vimos quão estreita era a rua! Logicamente, não tinha estacionamento. Paramos pra deixar as malas e teríamos de deixar o carro em um estacionamento mais ou menos próximo dali. Agora, CUIDADO! As ruas de Sevilha têm umas bolas de ferro pelo chão. Quando fomos sair, sentimos que batemos o fundo numa dessas bolas, mas quando conferimos, não tinha acontecido nada... doce ilusão (no fim do post eu explico).
A estrada pra Sevilha
Ruas apertadas - tá vendo as bolas de ferro ali?














Sevilha foi civilizada pelos árabes por 800 anos, o que faz com que algumas de suas maiores construções sejam dessa época. E a arquitetura é realmente impressionante, podendo ser contemplada desde hotéis a construções imponentes como o Real Alcázar e a Torre del Oro.

Quando saímos do estacionamento em direção ao rio Guadalquivir, pedimos perdão por todas as vezes que dissemos sentir calor na vida. Era impressionante os 48º que fazia naquele momento. Simplesmente, não há como descrever! Durante o dia, os termômetros marcaram impressionantes 51º! Era definitivamente o dia mais quente do ano! Mortas de calor, pelo menos pensamos: ok, podemos falar que estávamos em Sevilha no dia mais quente do ano!
Atravessando o rio Guadalquivir - vocês não fazem ideia do calor!
Atravessamos a Puente de Isabel II e fomos andando pela Calle Betis até um dos únicos restaurantes abertos, o Abades Triana (já passava de 13:30, horário em que começa a famosa siesta). O restaurante possui ambiente climatizado, e era tudo o que a gente mais queria! Bem chique e sofisticado, aceitamos gastar um pouco mais do que o normal nesse almoço pra provarmos uma comida saborosa tendo uma linda vista da Torre del Oro. Foi aí no Abades que eu comi a comida mais saborosa de toda a minha viagem: risotto de trufas y setas con pluma ibérica y lascas de jamón, que nada mais é que um delicioso prato de risoto com cogumelo, carne, e fatias de presunto parma (chega me deu água na boca agora!).
Melhor comida da viagem
Almoçando com essa vista










Depois de tomar coragem de voltar a sair no calor, resolvemos passar no hotel pra tomar um banho. Gente, é sério, indescritível esse calor! Fomos então pra um dos pontos turísticos mais famosos de Sevilha: o Real Alcázar, mas a fila estava gigante! E ficamos com medo de demorar tanto que perderíamos o pôr do sol a partir do Metropol Parasol. Desfrutamos então da beleza da Catedral de Sevilla, que fica bem em frente ao Real Alcázar. Essa catedral é a maior da Espanha, e a terceira maior do mundo. Mas é a maior catedral gótica do mundo, e nela estão sepultados vários personagens importantes, como Cristóvão Colombo. A catedral foi edificada no solar que ficou após a demolição da antiga Mesquita Alfama de Sevilla. Convertido em campanário para a catedral, La Giralda é uma torre de mais de 100m que servia como minarete para a mesquita, ou seja, era de lá que se anunciavam as cinco chamadas diárias para oração.
Lateral da Catedral de Sevilla
La Giralda














Por ali pela Plaza del Triunfo, de onde podemos ver a lateral da Catedral e a Porta do Leão, que é a entrada do Real Alcázar, ficam várias carruagens para se fazer passeio. Os condutores enchem o saco perguntando se você quer. Já na Plaza Virgen de los Reyes, podemos avistar o belíssimo prédio da Archidiócesis de Sevilla. E na Calle de Placentines é que é possível tirar uma foto com La Giralda. Por essa região tem algumas lojinhas de souvenir, mas não recomendo, são um pouco mais caras.
Archidiócesis de Sevilla
As carruagens














Da Plaza del Triunfo para a lindíssima Plaza de España. Antigamente, havia jardins privados do Palacio de San Telmo, doados ao povo em 1893 pela Infanta María Luisa. Esses jardins foram reformados para a Exposição Ibero-americana de Sevilha de 1929 e inspirados nos Jardins do Alhambra (Granada) e nos Alcázares de Sevilha. A Plaza de España, então, está ao lado do Parque María Luiza e conta com 48 bancos na parte interna dos arcos da estrutura. Cada banco mostra imagens de azulejos de cerâmica retratando um importante fato histórico do lugar de uma província da Espanha. 4 pontes que cruzam o canal representam os 4 antigos reinos que se “uniram” para formar a Espanha. A praça é bem grande e linda, digna de fotos de cada ângulo dela. Alguns filmes tiveram a praça como cenário, são eles Lawrence da Arábia e Guerra nas Estrelas I e III.
Linda Plaza de España
Dali para o Metropol Parasol tomamos um taxi, porque estava muito calor! Esse monumento é uma construção de madeira terminado em 2011, cujo desenho foi inspirado nas abóbodas da Catedral de Sevilla. Já sabíamos que os moradores da cidade não gostam muito do monumento, apelidado de Las Setas de Sevilla (setas = cogumelo). Isso porque a inauguração aconteceu com anos de atraso, e porque tira Sevilla da lista das cidades grandes espanholas sem um ícone arquitetônico contemporâneo no centro histórico. A verdade é que a construção parece mesmo ser um guarda-sol metropolitano (tradução de Metropol Parasol), e é muito maior do que eu esperava! Ele tem 4 pisos: subterrâneo: onde há vestígios arqueológicos romanos e árabes em exibição; o piso 1, térreo, onde tem lojas; e os pisos 2 e 3, que são terraços panorâmicos, com lindas vistas de Sevilla, e do pôr-do-sol. Pagamos € 3,00 para subir, e na entrada está incluída uma bebida no restaurante lá em cima, onde também provamos as famosas tapas, prato típico espanhol. Achei um pouco sem graça, mas não é ruim.
Um refresco e as tapas
Metropol Parasol visto de cima










Las Setas de Sevilla
Do Metropol fomos andando pela Calle Laraña até o El Corte Inglés, uma cadeia espanhola de lojas de departamento onde é possível comprar de roupa a artigos de viagens, passando por perfume, souvenir, brinquedos, etc. Ali pela região também estão diversas lojas como H&M, Zara, Hugo Boss, etc. Mas como eu falei, o pôr-do-sol foi quase às 21hrs, então quando descemos já eram mais de 22hrs, e já estava tudo fechado, ou fechando. Passamos então na 100 Montaditos, uma lanchonete que oferece 100 tipos diferentes de sanduíches (bem pequenos) por mais ou menos € 1,00. Vale a pena pela praticidade e por ser barato, mas não é lá uma gostosura gastronômica.

Dormimos no Hotel Un Patio al Sur, o qual também indico. É bem localizado, e mesmo nosso quarto sendo pequeno, era muito bom.

As coisas em Sevilha são bem perto umas das outras, ou seja, dá pra fazer um turismo a pé, a menos que você vá no verão como nós (risos). Enfim, acordamos e fomos andando pela Avenida de la Constitución, onde tomamos café na Starbucks. Dica: prove o croissant de lá, é uma delícia e custa menos de € 2,00. Dali é só andar mais alguns metros e chegamos no Real Alcázar. Dessa vez não teve jeito. Enfrentamos a fila, que estava grande, mas até que não demorou. Pagamos € 9,50 pra visitar esse monumento construído com influências dos árabes, da Baixa Idade Média, do Renascimento e do Barroco. Um alcácer é uma pequena vila fortificada, e esse de Sevilha foi utilizado como residência dos líderes árabes da época. Na verdade, hoje em dia o complexo ainda é usado pela família real espanhola. A construção se iniciou lá pelo século X, e cada monarca que ia passando acrescentava alguma coisa à construção. Os detalhes nas portas, janelas, azulejos, teto; pra todo lugar que se olha só se vê arte da mais linda! O ponto alto do Real Alcázar é o Pátio das Donzelas, belíssimo! Cuidado pra não tropeçar em um turista (risos). Além das belas construções, o Real Alcázar também conta com um imenso jardim, com suas fontes e labirintos. Programa imperdível!
Porta do Leão - entrada do Real Alcázar
Pátio das Donzelas














Detalhes dessa construção
Admirando essa obra de arte














Dali do Real Alcázar fomos andando até a Torre del Oro. Ela é uma atalaia, ou seja, uma torre de onde se vigia o território. Foi erguida lá pelo século XIII, e posteriormente foi usada como prisão. Atualmente é um museu naval, e pode-se subir ao seu topo.
Torre del Oro
A mais ou menos 1km de distância está a Plaza de toros La Maestranza, onde acontecem as famosas touradas. Não se sabe ao certo quando começou a ser construída, mas foi terminada em 1881, e possui um estilo predominantemente barroco. É possível fazer uma visita guiada pelo valor de € 7,00.
Plaza de toros La Maestranza
Por último, sempre gosto de dar indicação de onde comprar souvenirs. O Barrio Santa Cruz é um ótimo lugar! Tem várias lojas, uma atrás da outra, além de você ter a oportunidade de andar pelas ruas apertadíssimas de Sevilha!
Olha como essa rua é estreita!
Bem, depois disso tudo, hora de voltar pra Lisboa. A viagem de carro leva de 4 a 5hrs. E tentamos fazê-la de forma que pegássemos a estrada ainda com o dia claro. Chegamos em Lisboa quando realmente estava escurecendo e fomos direto devolver o carro. Lembra que eu falei que era doce ilusão achar que a batida nas bolas de ferro não tinha dado em nada? Pois é, quando chegamos na locadora, o funcionário descobriu uma mossa na porta do carona! Achamos que tínhamos batido atrás! Oo Mas ok, vamos ver quanto vai dar esse prejuízo... Levamos um baita susto quando ele nos disse: 420 EUROS! O quê??? Só resta eu voltar pro Brasil amanhã! Bem, como o aluguel do carro foi no cartão de crédito de Laís, esse preju também seria. Ficamos desesperadas, e quando já estávamos indo embora, lembramos que o seguro do cartão de Laís cobria aluguel de carro! Aí começou a saga: liga pro marido de Laís, liga pro amigo, liga pro cartão. O pessoal da locadora foi super simpático conosco, e ó que ficamos lá até mais ou menos 23hrs! Mas enfim, conseguimos dar o start na resolução desse problema todo. Foi todo esse desespero que pagamos por não adicionar o seguro total achando que nada ia acontecer... enfim, graças a Deus deu tudo certo!

Olha aí a mossinha
Já tarde da noite resolvemos tomar um Uber. Sim, em Lisboa andamos de uber 3 vezes. Foi barato e tranquilo, exceto que nesse dia já estávamos cansadas e super estressadas e a motorista do uber conseguiu se perde, mesmo usando o waze. Bem, eu não tenho certeza se indico o hostel que passamos a noite (risos). Pra nós o 4U Lisboa foi útil porque era perto do aeroporto, mas foi realmente muito difícil de encontra-lo tanto na chegada, quanto na saída quando o uber que ia nos buscar no dia seguinte também não conseguia achar. E ainda, quando chegamos, não fazíamos ideia de que ficava lá. Fica em um prédio residencial, e precisamos avisar que estávamos chegando, porque não tem recepção. O apartamento é bem arrumado, e o quarto era bom, e acho que eu teria tido uma boa noite de sono, se não fosse a dor de barriga, o estresse, e o calor (não conseguimos descobrir onde era o ar condicionado). Mas enfim, próximo post, Alemanha!

Fotos: Laís Dourado e Aline Brandão

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