quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Belfast - uma surpresa maravilhosa

Eu nunca, nunca na vida imaginei conhecer a Irlanda do Norte. Na verdade, eu não sabia absolutamente nada sobre o país ou sua capital, Belfast. Mas a cidade fica bem perto de Dublin, então inevitavelmente eu iria lá.

Como expliquei no 1º post, ficava mais barato sair de Edimburgo de trem para Manchester e de lá para Belfast. E sim, a passagem de avião pela Ryanair de Manchester para Belfast foi muito, muito barata! 17 euros! E a viagem é muito rápida. Eu não sei se foram 50min.


O Aeroporto de Belfast é muito pequeno, parece uma rodoviária. E a Irlanda do Norte é um país muito rural, cheio de fazendinhas.

Infelizmente eu cheguei na cidade com uma notícia ruim. Chegamos no hotel e descobrimos que meu cartão de crédito não passou (não faço ideia do porquê, já que ele passou em todos os outros hotéis), perdemos a reserva, e já não havia quarto disponível. Eu fiquei arrasada, porque depois do Ibis de Manchester, finalmente teríamos uma noite num hotel superconfortável. O único hotel disponível, barato e bem localizado era o ETAP, ou seja, um Ibis!!! Ai não... vamos nós de novo...

Mais uma vez alerto: se puder chegar no local próximo ao horário do check-in é melhor. Tivemos de ficar andando com mochila nas costas até 14h. Enfim, vamos ver o que é possível fazer em Belfast em 24h!

1. The Crown Liquor Saloon
Enquanto andávamos para o primeiro ponto, passamos pela frente desse pub, famoso por ter pertencido a um casal no qual o rapaz era católico e a moça era protestante. Eu não sei se vocês sabem, mas a Irlanda do Norte sofreu por muitos anos com uma guerra entre católicos e protestantes. Os católicos desejavam (e desejam até hoje) se desligar da coroa britânica e se juntar com a Irlanda, enquanto os protestantes desejam permanecer ligados ao Reino Unido. Por isso, enquanto a esposa queria colocar o nome do pub de The Crown, o marido só aceitaria se pudesse colocar um mosaico de coroa no chão, para que todos que passassem pisassem na coroa.

2. Belfast City Hall
Esse foi o primeiro lugar que escolhemos pra começar o turismo. O edifício sede da prefeitura de Belfast é o mais famoso e está localizado bem no ponto central da cidade, na Donegall Square. Eu amei o prédio, em estilo clássico. A estátua na entrada do prédio é da Rainha Victoria, que deu a Belfast a importância merecida no século XIX. No pórtico da prefeitura, lá em cima, fica a estátua de Ériu, uma deusa da época que a Irlanda era pagã, e que é a patrona do país. Dela veio o nome irlandês do país, Éire.



Nos fundos da prefeitura fica o Memorial do Titanic, com um monumento com o nome de todos os 1.500 passageiros e membros da tripulação que morreram no naufrágio. Esse memorial é o primeiro que coloca a lista de passageiros em ordem alfabética e não por classe social.

3. St. George’s Market
O último mercado aberto em estilo vitoriano que sobreviveu em Belfast foi construído no final do século XIX e durante a 2º Guerra serviu de necrotério para as vítimas, quando a cidade foi bombardeada pelos nazistas.

4. Victoria Street
Essa é a região da cidade que é recheada de lojas, pubs, restaurantes e shoppings, como o Victoria Square, o maior de Belfast, com lojas como Apple Store, All Saints, Hugo Boss, H&M e Hollister. Passamos um tempinho por ali e inclusive almocei finalmente uma deliciosa sopa.



5. Albert Memorial Clock Tower
Eu já expliquei no post sobre Manchester que a Rainha Vitória era casada com o Príncipe Albert, e além de ter dedicado uma praça em homenagem a ele na cidade inglesa, a rainha também mandou construir uma torre com um relógio no topo para homenagear seu marido. Eu achei a torre muito bonita, inclusive mais bonita que o Tower Clock de Londres (pronto, falei.).

Os meninos estavam muito cansados, e acabaram dormindo quando chegamos no hotel pra finalmente fazer o check-in. Como eu queria conhecer tudo o que era possível em Belfast, resolvi sair sozinha! O destino era o ponto turístico mais famoso da cidade, o Memorial do Titanic, e para isso eu precisava pegar um ônibus. Problema nenhum: além de o maps me informar onde e qual ônibus pegar, no ponto tinha um totem onde eu comprei a passagem pro dia inteiro. Mas a verdade é que não tem nenhuma catraca, você simplesmente entra no ônibus. A qualquer momento um fiscal pode entrar solicitando o ticket, e se você não tiver, ai é problema.

6. Titanic Experience e SS Nomadic
Quem nunca assistiu Titanic? Eu já assisti milhares de vezes, mas não fazia ideia de que ele tinha sido construído em Belfast. A capital da Irlanda do Norte já foi o maior pólo de indústria marítima do mundo, com a sede da empresa H&W (responsável pela construção do Titanic) bem ali em seu porto. O museu conta a história toda desde como era Belfast antes e depois que passou a ser uma cidade importante. 

O museu é maravilhoso. Desde o lado de fora, você já se surpreende com a altura do museu, que faz referência ao próprio navio. Aberto ao público exatamente 100 anos depois do dia de lançamento do navio, a altura do museu é a mesma da proa do Titanic, daí você já percebe a grandiosidade daquele navio. Dividido em 9 galerias e 6 andares, o museu suporta a mesma quantidade de visitantes que o Titanic suportava de passageiros.

A entrada me custou 19 libras, e se você quiser, pode pagar mais 4 para ter um fone te acompanhando e contando a história por áudio. Caso não queira, não tem problema, se você souber ler em inglês, consegue acompanhar tudo pelo museu. Pra variar, não pode tirar foto, mas já adianto que a visita é demorada caso você realmente queira ver tudo. Um ponto alto são as réplicas das cabines do navio.

Quando eu cheguei ao museu, minha visita ainda demoraria mais de 1h para iniciar, então, no  meio tempo, fui visitar um navio que fica em frente ao museu, cuja entrada estava inclusa no ingresso: o SS Normadic. Ele é um barco a vapor lançado em 1911 e construído para ser um barco auxiliar do Titanic. Ele ainda serviu como navio durante a 1º e 2º Guerras, depois voltou a servir como barco auxiliar de outros navios, e finalmente parou de operar em 1968. Ele está inteirinho lá em Belfast, e a visita a ele é bem rápida na verdade, não há muito o que se ver, além do próprio navio.




























7. CS Lewis Square
Talvez você nunca tenha ouvido falar no Lewis, mas provavelmente já ouviu falar ou assistiu ao filme Crônicas de Nárnia. Pois o filme foi baseado no livro homônimo escrito pelo CS Lewis, um escritor britânico nascido em Belfast. Eu sou muito fã do Lewis, mas não fazia ideia de que ele tinha nascido na Irlanda do Norte. Eu descobri muito por acaso, olhando o mapa da cidade, que existia uma praça em homenagem a ele. Era o lugar mais distante pra eu conhecer na cidade, ainda assim, peguei um ônibus e fui lá.





A praça não é grandes coisas. Tem algumas estátuas das principais personagens das histórias de Crônicas de Nárnia. O interessante desse meu passeio foi ter visto os muros que dividem a cidade entre católicos e protestantes. Atualmente não há mais conflitos, mas Belfast já foi palco de uma guerra civil por conta dessa inimizade.

Eu voltei correndo pra tentar encontrar uma lojinha de souvenir aberta, e literalmente entrei com as portas fechando. A lojinha foi a Carrols, e por toda Irlanda e Irlanda do Norte você vai encontrar essa lojinha, que pra mim era a melhor. Em Belfast foi um pouco difícil encontrar lembrancinhas especificas da Irlanda do Norte, mas foi possível.

À noite deu aquela esfriada, e resolvemos ir a um pub. O escolhido ficava a passos do hotel, e foi o The Bridge House Wheterspoon. Eu curti a praticidade do pub: você faz o pedido e o pagamento pelo aplicativo e a comida chega na sua mesa. Simples assim.

Enfim, eu só passei 24h em Belfast, e foi o suficiente pra eu me apaixonar por essa cidadezinha fofa, com um estilo clássico vitoriano top, pessoas agradáveis, apesar da temperatura fria!!!

Próximos posts: Irlanda!

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